sábado, 26 de janeiro de 2008

POEMA PREFERIDO...



DESEJO
Carlos D. de Andrade

Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não
ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco Bolero de Ravel...
E muito carinho meu.



Carlos Drummond de Andrade
nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.

O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.

Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.

Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.


Texto extraído de:

http://www.releituras.com/drummond_bio.asp


Quem se interessar mais pela vida e obra do poeta, acesse!





quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Que vibração estamos emitindo?



Considero essa pergunta essencial para gerar uma séria reflexão.

Afinal de contas, muitas vezes achamos que estamos pensando positivamente e os acontecimentos da nossa vida não confirmam isso. Ficamos sem entender. Afinal, penso positivamente e me acontecem tantos fatos negativos?

Sim! Mesmo inconscientemente, apenas pelas observações que fazemos, podemos estar alimentando sentimentos negativos, que geram pensamentos negativos e consequentemente uma realidade negativa.

O que fazer então?

Conscientizarmo-nos de que somos energia e que semelhante atrai semelhante. Daí, procurarmos criar um constante estado de positividade que atraia situações positivas e consequentemente uma realidade positiva.

Como se faz isso?

Inicialmente, nos conhecendo melhor, procurando dar mais atenção ao que somos e ao que desejamos. De posse do conhecimento de nós mesmos, devemos começar a utilizar palavras que emitam vibrações positivas.

Esse é um belo começo para uma mudança na qualidade de vida.

Utilizando palavras positivas, emitiremos vibrações positivas e conseqüentemente construiremos uma realidade positiva. É isso que todos desejamos, não é?

Quem fala positivamente, pensa positivamente!!Não tem jeito!!

Lembremo-nos sempre que nossa mente não ouve o NÃO. Então, por exemplo: ao invés de "não quero ser doente", digamos, "quero ser saudável". Entenderam?

É necessário fazer as afirmações sempre no positivo. Porque mesmo inconscientemente enviamos vibrações negativas quando sentimos algum sentimento negativo, quando utilizamos expressões no negativo.

Não basta pensar! É preciso vibrar positivamente, ter sentimentos positivos, fazer observações positivas.

Que tal começarmos a mudar gradativamente o nosso modo de falar?

Vamos falar positivamente?

Eu já iniciei o processo. Quero ser feliz.

E vocês?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.


Mário Quintana


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Que é FELICIDADE, pra você?


«Não será justamente a felicidade o que todos querem, sem excepção?», interrogava-se Santo Agostinho, no século V.

Pois é, gente: cada um de nós possui o enorme desejo de ser feliz e de ultrapassar qualquer sofrimento. Cada um, a seu modo tenta então, definir esse estado de espírito, que anima a vida e dá cor aos dias.

Se dedicássemos um pouquinho do nosso tempo pra o auto-conhecimento, estaríamos dando um passo enorme na melhoria da nossa qualidade de vida pois, evidentemente, poderíamos evitar muitas situações prejudiciais ao estabelecimento do estado de felicidade em nossos corações.

Selecionei algumas citações de famosos que seguem logo abaixo. Será muito interessante, como um exercício, que cada um de nós procure criar sua própria definição, porque cada um tem suas expectativas, suas experiências de vida, seus objetivos, seus valores, sua crença...etc, etc.

Leiam o que famosos escreveram. Parem! Reflitam! Depois, cada um procure responder pra si mesmo: que é FELICIDADE pra mim?


Apenas a alma que ama é feliz.
J. W. Goethe


Apenas há uma forma de se ser feliz na vida: amando e sendo amado.
George Sand


A amizade dança à volta do mundo, exortando-nos a todos para que a abracemos.
Epicuro


A fé religiosa, tal como a fé numa idéia, é uma força profunda que ajuda a suportar e a combater a crueldade do mundo.
E. Morin



DEUS FEZ O HOMEM PRA SER FELIZ! CREIA NISSO!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008


Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina



Cora Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas), 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.

Sintam a admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:

"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)."

Editado pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela crítica e pelos amantes da poesia. Em 1984, torna-se a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983. Viveu 96 anos, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia. Seu corpo é velado na Igreja do Rosário, ao lado da Casa Velha da Ponte. "Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado pela Global Editora. Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu", em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989.

(extraído do livro "Estórias da Casa Velha da Ponte", Global Editora)



quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva...Ele está é bebendo a milenar inquietação do mundo!"

Mario Quintana




Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Nasceu em Alegrete-RS na noite de 30 de julho de 1906 e faleceu em Porto Alegre, em 5 de maio de 1994.
É o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras.